sexta-feira, 9 de julho de 2010

Questões existenciais

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Aprendes que a vida é efémera, o aquecimento global uma realidade e a Fátima Lopes afinal não pertence à mobília da SIC. Percebes que anteontem choraste como uma Maria Madalena, apenas porque sim... e porque não? Descobres que aquela frase parva repetida na adolescência - Ama-me quando eu menos merecer, porque é quando eu mais preciso - e que podia vir em qualquer um desses pacotinhos de açúcar, é tão verdade, que nos revolta. Depois, de um momento para o outro, o que estava arrumado por cores, tamanhos e afectos, nas gavetas certas, desarruma-se sozinho, sem darmos por nada. E o cinema ensina, os livros ensinam, a música ensina, e ai que não devemos dar importância ao que não tem, que a vida são dois dias, e o lado positivo é que é, mas damos, apesar de todos os ensinamentos absorvidos, que quase sempre não valem nada na hora do nervoso miudinho. Sabes que as pessoas que por ti passam, nem sempre deixam alguma coisa. Sabes que outras te tirarão o chão, que te irão desiludir ou magoar irremediavelmente, cedo ou tarde,  porque são pessoas; mas mesmo assim vives e entregas-te e deixas que façam parte da tua vida, por todas as razões óbvias. No final de contas,  achamos que sabemos tudo ou que não sabemos nada. A verdade é que sabemos sempre mais e menos do que acreditamos saber. Nunca tudo, nunca nada. Aprendes que o melhor da vida acontece quando menos esperas. Que podes até planear e delinear uma estratégia ao milímetro; nunca será assim. Será sempre melhor, ou pior, ou apenas diferente. E por fim, porque a vida é efémera, vem a morta e tens de lidar com o vazio que ela deixa. E as palavras deixam de ter valor. E a vida deixa de ter o mesmo valor. E as nossas verdades absolutas deixam de ter valor. Até lá o melhor a fazer é rir e chorar, amar e sofrer, comer e beber, viajar e sonhar. Acima de tudo, impor a nós mesmos o verbo viver.

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