
Não sei de que matéria é feito o amor. Sei que quando ele ganha forma o estado que se impõe na nossa alma é a plenitude.
Já disse cobras e lagartos do amor, já jurei a mim mesma não mais acreditar nele, já teorizei sobre todas as formas em que ele se manifesta pejorativamente, já afirmei que não acreditava no para sempre, já o amaldiçoei. O tempo passa, nós crescemos e vemos a vida, bem como o amor, de diferentes perspectivas. Hoje em dia acredito que não devo, não posso ser tão dura. Afinal, sem ele a vida perde todo o colorido.
No entanto, quando alguém me diz que fulano está a sofrer imenso por causa do beltrano amado, eu digo: «A vida é mesmo assim, todos temos que sofrer para crescer!». Não sei se a maioria das pessoas entende as minhas palavras, ou as encara como algo vindo de alguém frustrado, frio, ou porventura, zangado com a vida. Se assim pensam, estão redondamente enganados. A realidade é que eu acredito mesmo que todo o sofrimento a médio prazo é positivo. Talvez a dor seja como um despertador que quando toca nos faz renascer, mais do que acordar, para uma nova vida. Crescemos, criamos defesas, olhamos para dentro de nós e ganhámos uma nova coragem depois da tempestade. Mas que ninguém diga que quando se ama não se é ingénuo. É-se eternamente. Não importa se é aos 20, aos 30, ou aos 40, não importa quantas quedas démos, no amor queremos sempre acreditar, queremos sempre ser cegos e arriscamos continuamente. E ainda bem que assim o é, caso contrário haveria um grande problema.
Quem desistir do amor, desiste do melhor da vida, arrisco-me a dizer que perde até o sentido da vida. Não somos nada se não nos dermos aos outros, se não nutrirmos sentimentos pelos outros. Faz parte da condição humana, é por isso que somos especiais e diferentes dos outros seres vivos. Como diz a canção «Love hurts», mas quem disse o contrário? O amor magoa muitas e muitas vezes, mas também nos traz a felicidade, o brilho nos olhos, o friozinho na barriga.
Plenitude. Acabo como comecei, com esta palavra maravilhosa. O amor deve ser isso: a plenitude, o conjunto de todos os bons sentimentos.
5 comentários:
o amor é plenitude. concordo.
gostei:)
Madu
É o amor que nos move. Muito bom texto, conseguiste escrever tudo V. *
Concordo. O sofrimento faz parte da vida. E aqui suponho que estejas a falar do amor por alguém. Eu consideraria pôr em prática o amor de pai, mãe, irmãos, família, amigos. Porque pouca gente se lembra desse.
Então decidiste dizer mil e uma coisas do amor? Mas agora conheceste-me bebé :P Lamento! *
"Talvez a dor seja como um despertador que quando toca nos faz renascer, mais do que acordar, para uma nova vida."
*-* escreves pequenos milagres destes e eu sigo o teu blog com uma força que não imaginas, V.
pq é q tnh ideia q nao conheces o meu outro cantinho, pralem do maos no fogo? :o
adorei, o amor acontece nesse texto :)
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