
Ontem citei Simone e o seu Segundo Sexo, em jeito de celebração do Dia da Mulher. Muito a propósito do 8 de Março, ando a ler o Novas Cartas Portuguesas das emblemáticas três Marias - feministas convictas, portuguesas de gema (não se chamassem elas Maria!) e com ideais universais. Tal como o excerto de ontem, também este livro é tão antigo, como actual. Numa época muito pesada politicamente (1971/1972, pré-25 de Abril) escrever um livro destes, foi sem dúvida um acto de loucura louvável. Elevar a voz, abordando temas tabu e sabendo que as consequências podiam não ser boas, não é para qualquer uma; principalmente quando todas as formas de liberdade e principalmente a de expressão, eram uma utopia para a população em geral e para as mulheres muito particularmente. Há muito que o queria ler e infelizmente estava esgotado há uma série de anos. No final do ano passado surgiu uma nova edição anotada, o que vem ajudar na compreensão dos factos para as gerações mais novas e futuras, que naturalmente não têm conhecimento da importância que este livro teve, tanto no nosso país como além-fronteiras, para as mulheres e para a sociedade.
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