Quando há traição, existe uma tendência geral para se desculpar o homem. A culpa é quase sempre das mulheres, seja porque é uma vadia que traía o marido com o chefe, ou porque foi uma desencaminhadora de lares que roubou o homem à outra. A maturidade e alguma sagacidade permitem-nos perceber que as coisas não são bem assim. Quem tem o compromisso é que o deve respeitar; quem não o tem, está apenas a tentar a sua sorte. Seja homem ou mulher. Ontem, num jantar de celebração dos 26 anos de casados de uns familiares, falava sobre este tema com uma prima. Esta foi traída e, em tempos, também via a mulher como a maior vilã. Hoje consegue ver a situação com outra clareza e até afirma que jantaria na mesma mesa que ela, se tal fosse preciso, sem vontade de partir para cima dela à chapada.
É óbvio que quem passa por uma situação destas guarda sempre mágoa. A verdade é que foi, digamos assim, trocada. Não vê com bons olhos a pessoa que ocupou o seu lugar e, no caso da mulher traída, acaba por se agarrar a alguma coisa, atacando a galdéria que se fez ao seu homem e todas as outras mulheres que conhecer na mesma situação. É uma estratégia de defesa para que as coisas possam continuar a ter sentido e, assim, poder perdoá-lo. Mas quando se vêem as coisas do lado de fora, com uma certa racionalidade, pensamos que talvez a história não esteja muito bem contada.
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